Estoques de imóveis residenciais novos estão contaminando o mercado, em meio ao crescimento lento da economia no Brasil.
Com mais unidades novas encalhadas, incluindo prontas e em construção, a
consequente desaceleração de preços tem agravado a concorrência com o
chamado mercado secundário, dizem especialistas consultados pela
Reuters. "Nas principais praças do Brasil tem uma competição entre os segmentos.
Eu acho que o mercado secundário está um pouco mais difícil", disse o
diretor nacional de prontos do Grupo Brasil Brokers, Josué Madeira.
Como os imóveis novos tendem a apresentar um pacote maior de lazer e
serviços, atraem clientes que inicialmente comprariam usados, apesar
destes terem preços menores. O preço do metro quadrado de imóveis novos e
usados anunciados em 16 cidades brasileiras desacelerou pelo sexto mês
seguido, segundo o índice FipeZap Ampliado. O indicador cresceu 11,7 por cento em maio na comparação anual. Em abril, o índice subira 12,2 por cento também no ano a ano.
Construtoras e incorporadoras já têm nos últimos trimestres priorizado
desova de estoques em vez de lançamentos, diferente do que faziam em
anos recentes, quando vendiam todas as unidades em uma semana.
O cenário atual deve se manter por ao menos dois a três anos, segundo o
executivo da BR Brokers.
Considerando as seis companhias hoje listadas
no Ibovespa - Rossi, Cyrela, Gafisa, Brookfield, Even e MRV -, o estoque
somava 23,7 bilhões de reais ao final do primeiro trimestre, 10,2 por
cento acima do mesmo período de 2013.
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